A atividade de exportação existe há centenas de anos. Alguns países, os quais denominamos desenvolvidos, têm essa atividade como premissa desde a fundação de suas empresas. No Brasil, em decorrência do baixo investimento nessa área por parte dos Governos federal e estadual e por meio das instituições designadas para esse fim, atrelado às dificuldades de empreender, criou-se uma mentalidade nos empresários brasileiros de que exportar é complicado, por isso, cabe a nós, profissionais atuantes nessa área, desmitificar esse fato e provar que exportar é, sim, uma atividade viável e fácil de ser realizada desde que assistida por profissionais competentes. Se temos profissionais brasileiros extremamente comprometidos e bem-sucedidos atuando em diversas empresas mundo afora, entende-se que temos mão de obra qualificada o suficiente para fazer acontecer internamente, evitando, dessa forma, que mentes brilhantes saiam do Brasil para buscar oportunidades em outros países e manifestem seus talentos nas empresas brasileiras.

Partindo do pressuposto de que você é fabricante do seu produto no Brasil, e há produtos similares ou substitutos sendo importados por concorrentes brasileiros, que recolhem impostos como o Imposto de Importação, IPI, PIS, COFINS, ICMS e demais despesas inerentes à logística aduaneira e que em seguida são revendidos no mercado interno, competindo de igual para igual com você, enquanto você na exportação terá o incentivo da dedução de diversos impostos como os já mencionados anteriormente (a depender do regime de tributação), além de converter o valor de venda de reais para a moeda estrangeira, como USD e EUR, considere que seu produto é competitivo também em nível internacional. Sendo mais direto, pontuei alguns motivos, explicando por que as empresas exportam:

Aproveitar a oportunidade

Muitas empresas brasileiras começam a exportar de maneira passiva, ou seja, o comprador estrangeiro é quem compra da empresa brasileira, não é o exportador quem vende. O que eu quero dizer é que a oportunidade veio até ele, seja participando de alguma feira de negócios, seja por meio do website ou de alguma indicação. Por outro lado, cada país possui suas riquezas naturais, seja na área florestal, na mineração, na agropecuária etc. No Brasil, com a abundância que temos nessas áreas, as oportunidades acabam sendo geradas involuntariamente. Mesmo que a intenção da empresa brasileira não seja de exportar, diante desse fato, acabam exportando.

 

Evitar sazonalidade do mercado interno

Da mesma forma, sabemos que o Brasil é conhecido pela abundância na agricultura e que a sazonalidade afeta consideravelmente a venda de commodities no mercado interno durante a entressafra, dessa forma, uma alternativa ao agricultor brasileiro é estocar essas commodities para exportar a outros países durante esse período. Essa alternativa maximiza as vendas durante o ano inteiro, propiciando ao exportador, assim, um fluxo de caixa equilibrado. Isso se aplica também a outros segmentos, como o da moda, o das datas comemorativas, como Páscoa, Natal, entre outros.

 

Melhorar a imagem da empresa

Quando se começa a exportar, entende-se que a empresa exportadora está atendendo ao alto nível de exigências de padrões internacionais; dessa forma, tanto o mercado interno quanto o externo entendem que a exportadora possui mais credibilidade que as não exportadoras, fortalecendo, assim, a sua marca e, consequentemente, a imagem da empresa como um todo.

 

Reduzir a ociosidade na produção

A ociosidade na produção corrói a competitividade de qualquer empresa, seja pela baixa demanda, seja pela manutenção preventiva ou corretiva dos maquinários, seja pela falta de insumos ou até mesmo de mão de obra. Essa capacidade não utilizada representa um elevado custo para a empresa, e esse custo fixo pode ser mais bem diluído quando sua produção está a todo vapor e a exportação vem para suprir essa ociosidade, atingindo, assim, um preço mais competitivo.

 

Aproveitar os benefícios tributários

As exportações de produtos não sofrem incidência de impostos como no mercado interno. No caso de exportadoras enquadradas no Lucro Presumido ou Real, o IPI e o ICMS são imunes, PIS e COFINS, isentos, tributando, assim, somente o IRPJ e o CSLL, o que torna o preço do produto brasileiro na exportação competitivo em âmbito global.

Já nas empresas enquadradas no Simples Nacional, que representam a maioria das pequenas empresas brasileiras, a tributação na exportação usufrui de uma redução de impostos em comparação com a tributação de quando se vende no mercado brasileiro.

 

Diversificar o mercado

Uma maneira de reduzir os riscos comerciais e econômicos da sua operação é diversificar os mercados em que você atua, e ampliar sua carteira de clientes em outros países é a melhor forma para evitar crises, eventuais alterações na política econômica e a dependência e concentração de atividades em um único mercado. Nos últimos anos, houve um crescimento considerável do PIB dos países vizinhos (exemplo do Paraguai), os quais dependem dos produtos brasileiros.

 

Obter linhas de crédito

A atividade de exportar propicia oportunidades únicas, como a de obter linhas de crédito específicas com taxas de juros internacionais em situações de pagamento à vista ou até mesmo a prazo. É o caso das linhas ACC, ACE e Proex que, antes mesmo de iniciar a produção do que será exportado, o exportador poderá ter acesso aos recursos financeiros para adquirir matéria-prima, embalagens etc. para a exportação que será realizada a posteriori. Essa alternativa dá folego financeiro ao exportador de maneira sustentável, tornando-o mais competitivo.

 

Possuir capacidade inovadora

As empresas exportadoras ou não, em um passado recente, tinham seus valores de mercado atrelados ao número de clientes ativos em suas carteiras, tempo de operação desde a fundação, quantidade de ativos imobilizados e intangíveis. Atualmente, esses valores mudaram completamente, sendo substituídos e medidos pela sua capacidade de inovação, ou seja, como fazer mais, melhor, em menos tempo, com o menor custo possível, de maneira sustentável financeira e ecologicamente, utilizando tecnologias nunca antes vistas e de olho na tendência do mercado global.

 

Melhorar a qualidade

O mercado externo exige das empresas exportadoras brasileiras e estrangeiras técnicas de produção avançadas, controles de qualidade extremamente rigorosos e, em algumas situações, certificações internacionais. Diante dessa exigência, o nível de qualidade obtido na sua linha de produtos poderá ser aplicado automaticamente aos produtos destinados também ao mercado interno.

 

Aumentar o ciclo de vida do produto

Um produto da sua linha que está se tornando obsoleto no mercado interno pode ser novidade em outros mercados que disponibilizam menos recursos e investimentos em tecnologia. Os produtos mais sofisticados demoram para chegar nesses lugares, e, por esse motivo, muitos produtos fabricados pelas indústrias brasileiras podem se encaixar perfeitamente nesses países, como os latino-americanos e os africanos. Para exemplificar, cito os armários de aço usados para arquivar documentos: sua utilização está sendo reduzida devido ao aumento do uso de documentos digitalizados, porém nos países vizinhos, como Bolívia e Paraguai, esses armários são muito úteis, visto que ambos os países ainda utilizam papel em demasia.

 

Conforme exposto, diversos motivos levam as empresas a exportar os seus produtos, como determinação, criatividade e empreendedorismo. Pode ter certeza de que as vantagens são muito maiores e que valerá a pena no médio e longo prazo. Ouço isso com frequência de muitos clientes.

Assim como qualquer outra atividade dentro de uma empresa, o início da operação de exportação é mais trabalhoso até que se torne um ciclo e, com o tempo, uma rotina. Devemos sair da zona de conforto e pensar globalmente, a barreira da distância não existe mais, a cada dia temos uma logística mais ágil e competitiva, resta apenas quebrar essas barreiras em nossa mente, muitas vezes colocadas por nós mesmos ou pela dependência que criamos de que tudo tem que partir do Estado! Querer é poder e poder é fazer! Vamos colocar em prática tudo aquilo que está ao nosso alcance?

_

Quer saber mais sobre esse assunto? Entre em contato comigo! Será um prazer atendê-lo!

Me acompanhe minhas redes sociais onde compartilho mais conteúdos sobre exportação e importação no Facebook, Instagram, LinkedIn e Youtube!

Por Kleber Fontes